Jornais da Bulgária (Blog N. 159 do Painel do Coronel Paim) - Parceria: Jornal O Porta-Voz

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Censurar a internet é "estupidez", diz Lula em entrevista a blogueiros

É a 1ª vez durante o mandato que concede entrevista exclusiva a blogueiros.
Lula ressaltou a preocupação do governo com a liberdade de imprensa.

Débora Santos Do G1, em Brasília
Presidente Lula durante entrevista a blogueiros, no Palácio do PlanaltoPresidente Lula durante entrevista a blogueiros, no
Palácio do Planalto (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (24), em entrevista a blogueiros, que considera “estupidez” qualquer projeto de lei que busque censurar a internet. Ele ressaltou a preocupação do governo com a liberdade de imprensa.
“Eu acho importante que as pessoas que estão acompanhando percebam claramente que nesse período do governo toda vez que falamos com alguém demos total liberdade para as pessoas perguntarem o que quiserem”, disse o presidente.
Esta é a primeira vez em quase oito anos de mandato o presidente Lula concede entrevista exclusiva a blogueiros. Participam do encontro, no Palácio do Planalto, os blogueiros Altamiro Borges, Altino Machado, Rodrigo Viana, Renato Rovai, Eduardo Guimarães, W. Barros, Pierre Lucena, Túlio Viana, José Augusto, Leandro Fortes.
Uma lista de convidados foi elaborada durante o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, que aconteceu em São Paulo, em agosto, com a participação de 19 estados.
Questionado pelo blogueiro Renato Rovai sobre as políticas públicas para os meios de comunicação no Brasil, o presidente afirmou que os avanços nesta área dependem de correlações de forças políticas.
“Os avanços dos meios de comunicação e da imprensa depende da correlação de forças que você tem estabelecida na sociedade, dentro do Congresso Nacional. Eu acho que nós temos que ter pela frente o seguinte poderíamos ter feito mais. As reivindicações são sempre muito fortes – o que a é bom – mas as recusas também são muito fortes - o que é ruim”, afirmou Lula.
Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, cerca de 1300 pessoas acompanham a entrevista que é transmitida pelo Blog do Planalto.

domingo, 14 de novembro de 2010

Herói dos Palmares é lembrado na Semana da Consciência Negra

Grupo de percussão Batuque Novo Cultural Jhamayka toca com crianças, no Conjunto Santa Felicidade: valorização da cultura negra



NegraFábio Massalli A

Walter Fernandes


A semana que começa hoje é de festa para a comunidade negra. Em todo o Brasil se comemora a Semana da Consciência Negra, que culmina com a celebração do Dia de Zumbi dos Palmares no dia 20 de novembro.

Em Maringá, não é diferente. A semana será marcada pelo 2º Festival Afro-Brasileiro, que reúne eventos organizados por várias entidades, realizadas com o apoio da Assessoria da Igualdade Racial (órgão da Prefeitura) e da Associação Comercial e Industrial de Maringá (Acim).

As atividades vão de concurso de dança de rua a exposições, passando por peças de teatro, jantar-show, dança e apresentações de capoeira.

Para a professora Maria Verginia Gonçalves dos Santos, coordenadora do projeto Abrindo Gavetas, a realização dessa série de eventos e da Semana da Consciência Negra é importante para mostrar a cultura africana e afro-brasileira. "É uma cultura que sempre existiu, embora esteja camuflada e ninguém dê valor", diz.

Verginia diz que hoje a cidade vê um número crescente de entidades trabalhando pela causa da consciência negra. São pelo menos oito, numa situação que ela considera um avanço e que representa uma força maior na luta pelos direitos dos afro-descendentes.

A professora também destacou a Lei 10639/2003, que torna obrigatório o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas. "No governo Lula tivemos muita abertura para isso e as escolas estão trabalhando. É uma verdadeira reviravolta na história e uma valorização da cultura negra, pois mostra que não existe mais apenas a visão europeia."

Pluricultural

Para Paulo Bahia, coordenador do Centro Cultural Jhamayka, a realização desses eventos é importante para formar uma sociedade pluricultural e preservar a cultura afro-brasileira em Maringá e região.

"Essas manifestações são importantes também para cumprir a Lei do Estatuto Racial, para celebrar Zumbi dos Palmares e discutir a quebra da discriminação", diz.

Bahia destacou, em especial, o papel destes eventos na discussão do preconceito e da discriminação. Ele citou como um avanço o fato de que hoje o negro está na propanganda, inclusive em out-doors, "o que era raro até há bem pouco tempo."

"As pessoas só vão respeitar as diferença quando conhecerem o outro, sua cultura, a culinária, a sua vida", diz. "As crianças estão crescendo tendo orgulho da cor negra da pele." Para Bahia, essa é a importância de se realizar eventos como o dessa semana e da cidade ter um Festival Afro-Brasileiro instituído em lei. "A gente sabe que o preconceito e o racismo existe, mas as pessoas vão verificando que é possível mudar."

Lei

A criação do Festival Afro-Brasileiro aconteceu de forma tumultuada e sua segunda edição também não está sendo tranquila. O festival surgiu após a prefeitura não ter aceitado transformar o Dia Zumbi dos Palmares em feriado municipal, ao contrário do que foi feito em diversas cidades brasileiras.

O Festival surgiu como uma espécie de compensação e foi transformado em lei municipal, passando a figurar no calendário de eventos culturais do município. Dispõe de orçamento de R$ 40 mil, verba da Secretaria da Cultura, que organizaria o evento juntamente com a Assessoria da Igualdade Racial.

Este ano, contudo, segundo o assessor da Igualdade Racial Ademir Félix de Jesus, problemas burocráticos impediram que o projeto do festival fosse concluído a tempo para os recursos serem utilizados.

O resultado foi que a Assessoria conseguiu cerca de R$ 20 mil junto à Acim para investir no festival e a Prefeitura cedeu a infraestrutura, apoiando como pode os projetos que as entidades já realizavam. Os R$ 40 mil que a Lei 8.316/2009 previa para o festival se perderam na burocracia.

domingo, 7 de novembro de 2010

Oposição busca projeto para 2014

O RECADO DAS URNAS

 

Logo após a eleição, PSDB e DEM colocam o salário mínimo de R$ 600 e a luta contra a CPMF como principais bandeiras

Acéfala e desorientada após a derrota de José Serra, a oposição tenta recolher os estilhaços da disputa eleitoral para garantir sobrevida até 2014. Na tentativa de fustigar o Planalto, PSDB e DEM empunharam o salário mínimo de R$ 600 e a resistência ao retorno da CPMF como bandeiras do desidratado bloco oposicionista.

Promessa da campanha de Serra, o reajuste do mínimo acima do índice proposto pelo governo virou obsessão tucana. Antes mesmo do fim da ressaca eleitoral, parlamentares do PSDB pressionam o senador Gim Argello (PTB-DF), relator do orçamento 2011, a elevar o valor para R$ 600.

– Vou apresentar uma emenda nesse sentido. Se o Serra havia se comprometido com os R$ 600 no ano que vem, é porque há recursos – diz o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).

Enquanto tentam se arregimentar, os oposicionistas também fincam barricadas para evitar que a base aliada resgate a CPMF. Principal derrota do governo Lula no Congresso, o imposto do cheque voltou à cena desde que a presidente eleita Dilma Rousseff sinalizou apoio à recriação da tarifa por governadores.

A senha disparou uma onda de manifestações favoráveis ao retorno do imposto nos Estados.

– Não tem como conversar. É uma falta de vergonha com o cidadão voltar a cogitar esse imposto que nunca chegou à saúde – dispara o deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC).

Nos bastidores tucanos, o fracasso de Serra ainda não foi digerido. As críticas ao tucano, represadas desde o momento em que ele se impôs como candidato à revelia das pretensões de Aécio Neves, transbordaram tão logo foi confirmada a vitória de Dilma.

DEM está articulando uma fusão com o PMDB

Em um ritual autofágico, aliados passaram a culpar o suposto individualismo e a arrogância do ex-governador pelo malogro nas urnas.

– Serra perdeu ao optar por fazer uma campanha sozinho. Ele queria chegar no governo e fazer apenas o que passasse pela cabeça dele – desabafa um dos coordenadores da campanha presidencial tucana.

A derrocada de Serra, somada ao fracasso de caciques regionais como Arthur Virgílio (AM) e Tasso Jereissati (CE), deixou um vácuo de liderança na oposiçao. Eleito senador com mais de 7,5 milhões de votos, tendo feito o sucessor no Palácio da Liberdade, Aécio emerge como favorito a ocupar o comando da minoria no Congresso.

Articulado e conciliador, o neto de Tancredo Neves tem a simpatia do Planalto, especialmente, de Lula. A cúpula petista aposta no perfil moderado do mineiro para instituir um diálogo com os partidos oposicionistas.

Cientistas políticos advertem para os riscos de o governo transformar em interlocutor um adversário com capacidade de articulação e nítida ambição de chegar à Presidência. Para os especialistas, o projeto pessoal de Aécio depende de um eventual desgaste e fracasso da gestão Dilma.

– É precipitado o Planalto comemorar o Aécio como provável interlocutor. Ele fala macio, mas atua com força nos bastidores – alerta Bruno Reis, professor de ciência política da Universidade Federal de Minas.

O cientista político Ricardo Caldas, da UnB, completa:

– Aécio vai implantar o estilo morcego de oposição. Morde e assopra. Faz ataques incisivos e depois recua.

Enquanto os tucanos acenam com uma oposição menos raivosa, o DEM sai das urnas em estado de coma. Na Câmara, as cadeiras caíram de 65 para 43, em comparação com 2006.

No Senado, a legenda perdeu mais da metade das vagas: 13 para seis. Assustados com o encolhimento, dirigentes começaram a articular uma fusão com o PMDB.

A simbiose favoreceria o PMDB, que teria a maior bancada na Câmara, e atenderia a disposição de alguns parlamentares do DEM de ir para a base do governo.

fabiano.costa@gruporbs.com.br

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dilma se reúne com Palocci e Dutra no feriado de Finados

Publicada em 02/11/2010 às 12h02m
Isabel Braga - O Globo; Reuters
BRASÍLIA - A presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), está reunida desde o final da manhã desta terça-feira, feriado de Finados, em sua casa em Brasília com integrantes da sua equipe de transição, como o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra. Eles não falaram com a imprensa ao chegar ao local. ( Leia também: Jornais ingleses demonstram preocupação com governo Dilma )
Segundo assessoria de imprensa de Dilma, eles terão mais uma reunião para desenhar a agenda de transição do governo antes de a presidente eleita tirar alguns dias de folga. ( Lula não quer Palocci no Planalto e nem na equipe econômica; Mantega e Gabrielli têm nome certo no governo Dilma )
A petista viaja na quarta-feira e descansa até domingo. É possível que Dilma passe o período em Porto Alegre, ao lado da filha Paula e do neto Gabriel, mas o destino não foi confirmado pela assessoria. Ela mesma chegou a dizer na segunda-feira que seu destino é "segredo de Estado".
( Veja o especial sobre a Era Lula )
( Confira o especial sobre a trajetória de Dilma Rousseff )
( Qual deve ser a prioridade do governo Dilma? Vote )
( O que você gostaria de dizer para a próxima presidente? Mande sua mensagem )
( As promessas de Dilma )
Ainda nesta terça-feira, Dilma concede entrevistas para as emissoras Band e SBT. Na segunda, ela deu entrevistas à Record, Globo e RedeTV! . Dilma optou por essas mídias e não concedeu ainda uma entrevista coletiva a toda a imprensa.
Depois, a presidente eleita irá acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Seul , na Coreia do Sul, para reunião do G-20, onde ele vai apresentá-la à comunidade internacional. A reunião será entre 11 e 12 de novembro.
Leia mais:Palocci deverá ser coordenador da equipe de transição de Dilma
Equipe de transição já discute câmbio no governo Dilma
Escolha de Dilma para o BC será estratégica e sinalizará política cambial
Dilma já começa a montar sua equipe: nos bastidores, nomes como Paulo Bernardo, Palocci, Cardozo e Pimentel